Arquétipos no cinema 80/90

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Em 1982, o filme Blade Runner (de Ridley Scott), que aborda o conflito entre seres humanos e andróides humanizados nas primeiras décadas do século XXI, reafirmou as tendências futuristas de estilo e vestuário. No filme The Hunger (Fome de Viver) de 1983, David Bowie e Catherine Deneuve representam um casal de vampiros em busca de sangue. Há uma cena em que a dupla, usando Ankhs egípcios, está à espreita de suas presas numa casa noturna ao som de Bela Lugosi’s Dead, tocada pelo próprio Bauhaus. Há ainda o filme alemão produzido em 1987, Der Himmel ünder Berlin (de Win Wenders, lançado também com os títulos Wings of Desire ou Asas do Desejo), dois anjos perambulam pela Berlim dividida do pós-guerra, confortando a tristeza dos cidadãos, até que um dos anjos apaixona-se e deseja tornar-se humano.
Estes três filmes abrigam arquétipos que seriam reconhecidos, nos anos seguintes, como alguns dos elementos que comporiam a subcultura Gótica. Em Blade Runner, há a figura do andróide sensível, humanizado e conflitante num cenário urbano decadente. The Hunger inclui num mesmo contexto David Bowie (ícone do Glam da década 70), a banda Bauhaus (principalmente Peter Murphy) e a figura do Vampiro com a simbologia do Ankh, e aborda a questão da mortalidade humana. Em Asas do Desejo, há um conflito "razão x paixão" com abordagem decadente e existencialista dos anjos em meio aos cidadãos comuns.
Nos anos 90, a refilmagem de Drácula de Bram Stoker (1992), feita por Coppola se torna uma nova referência. Também em 1994, Entrevista com o Vampiro, o livro escrito em 1976 por Anne Rice se torna filme, retomando questões existenciais do molde de The Hunger, de 1983.

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