Hippie, Glam e Punk – Intersecções até a Subcultura Gótica

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

A origem do termo Hippie está associada ao escritor Norman Mailer que definiu o existencialismo dos beats americanos como "Hipster" em 1957. Fatores políticos, econômicos e sociais fizeram dos hippies um grupo de estética multicolorida e comportamento politizado. Os estereótipos e a "filosofia" dos Beatnicks e dos Hippies são um tanto distintas. Mas há uma linha que une esses dois grupos. Naturalmente, a geração Beatnick adotou outras influências no decorrer dos anos, e em 1967 a cultura Beatnick dos Estados Unidos se diluiu em Hippie, Glam-Punk e Punk-Beat, sendo que estas duas últimas, são em grande parte o mesmo movimento.
Enquanto isso, o escritor canadense Leonard Cohen abandona sua vida literária e aventura-se na música. Seu álbum de estréia, Songs of Leonard Cohen, influenciaria artistas como
The Sisters of Mercy e Nick Cave.
Paralelamente na Alemanha, em meados da década de 60, surgia do experimentalismo um estilo conhecido como Krautrock, baseado numa combinação psicodélica com improvisação do Jazz e sintetizadores que produziam uma sonoridade eletrônica, de classificação musical complexa, mas que expôs a Alemanha no cenário Pop/Rock europeu. Mais tarde, o Krautrock foi uma das principais influências das tendências da música eletrônica, como o Sith - Pop e EBM.
No início da década de 70, o Punk nova-iorquino, do Club CBGB, cultivava características comuns aos beats. Numa visita à cidade, Malcolm McLaren, dono de uma Sex Shop em Londres, resolveu levar a "ideologia" Punk para a Inglaterra e reuniu um grupo de adolescentes, freqüentadores de sua loja, criando o Sex Pistols. O "punk britânico", que emergiu para sociedade e a mídia entre 1976 e 1977, concebido por Malcom, era intencionalmente exagerado se comparado ao original, de Richard Hell e sua Blank Generation.
Ainda em 1970, surge o Glam-Rock e o Glam-Punk que influenciariam o Gótico do final desta década. Em Nova York, a banda The New York Dolls é a referência. Na Inglaterra, Marc Bolan, T-Rex e David Bowie tornam-se ícones desta tendência. Em 1974, David Bowie lança o álbum conceitual Diamond Dogs, que aborda o romance 1984 de George Orwell. Diamond Dogs foi definido pelo próprio Bowie como Gothic, em alusão a um espírito dramático e barroco do século XX. Bowie ainda produziu álbuns solos de Iggy Pop, ex–The Stooges, que influenciariam posteriormente, os vocais de Peter Murphy do
Bauhaus. Em 1977 a banda Nova-Iorquina Suicide, lança seu primeiro álbum que mistura música eletrônica e punk obscuro.
Enquanto isso o Rock passa da fase "adolescente" e as bandas The Doors e The Velvet Underground surgem na cena em 1967. O prédio, conhecido com Factory, alugado pelo pintor Andy Warhol abriga vanguardistas de várias expressões e torna-se uma referência cultural e o principal reduto de criação do Velvet Underground. O vocalista e guitarrista da banda, Lou Reed, foi fortemente influenciado pelo amigo e "guru pessoal", Delmore Schwartz, escritor americano, chegando a dedicar várias músicas ao autor.
Quando Lou une-se ao músico erudito John Cale, sua pretensão é compor letras no estilo da Literatura Beatnick associada ao instrumental de Rock experimental. Patty Smith também traz referências semelhantes a partir de seu disco de estréia, Horses (1975). Enquanto isso, Jim Morrison, também influenciado pela prosa beat e William Blake, traça ao lado de Ray Manzareck uma trilha semelhante às intenções da dupla Lou Reed e John Cale. O experimentalismo musical e a forte presença da cultura beat são determinantes na subcultura glam/punk/krautrock que foi influência direta da cultura gótica/darkwave que se formaria a seguir.

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