Beatnick e suas composições

sexta-feira, 10 de outubro de 2008


Aproximadamente a partir de 1950 surge a geração Beatnick, caracterizada por resgatar elementos dos primeiros anos do século XX, no período da "Geração Perdida", dos anos que intercalaram as duas grandes guerras. O existencialismo de Jean-Paul Sartre e Martin Heidegger, enfatizando o indivíduo e a singularidade de suas experiências, é uma das bases "filosóficas" da geração Beatnick. A Cultura Beatnick também teve como influência o situacionismo, movimento artístico e sócio-cultural, que surgiu na Itália na segunda metade da década de 50 e estendeu-se fortemente até início dos anos 70, promovendo e incentivando uma revolução de conceitos nas artes, tendo até mesmo uma presença marcante no movimento parisiense Maio de 68. Apesar disso, os Beatnicks também buscavam uma espiritualidade transcendental e "não religiosa".
Roupas escuras, boina preta e óculos escuros compõem a indumentária dos Beats que se interessam pelas culturas africana, ameríndia e oriental, reunindo-se em clubs à meia-luz e ambientes que remontam ao decadentismo e à cultura de cabaré parisiense, mas movidos inicialmente ao som de um bom Jazz norte-americano.
Dentro do beatnick americano surgiu Jack Kerouac, autor de On the Road (1957), livro emblemático dos beats americanos. Kerouac também teria sido quem cunhou a expressão Beatnick, que John Clellon Holmes consagraria no artigo This is the Beat Generation, de 1952. Allen Ginsberg é autor do poema The Howl (1956), obra considerada um dos marcos dessa cultura. Ginsberg também participaria das letras e shows do The Clash no início dos anos 80, além de participações com Paul McCartney e Elvin Jones, entre muitos outros. William Burroughs foi um dos beats mais atuantes com suas obras Naked Lunch e Junkie e influenciou as composições de David Bowie na década de 70.
O Jazz era o estilo mais consumido entre os beats, mas na década de 60 o Rock também é adotado como uma referência do movimento. Originalmente, a poesia beat era recitada com o apoio de músicos vanguardistas como os jazzistas, e posteriormente, com o Rock. Não apenas literariamente, mas também "filosoficamente", Rimbaud e Baudelaire eram grandes referências culturais para os beats (como no caso do poeta William Burroughs). A banda inglesa Manfred Mann popularizou o visual do movimento que, no decorrer dos anos, iria transformar-se num estereótipo consumível pelas massas.
"Eram instintivamente individualistas, mas nunca conseguiram manter o mundo fora dos seus sonhos". Esta frase do artigo This is the Beat Generation, sintetiza o movimento Beatnick, que foi um dos mais influentes da história recente e, de certa forma, antecessor dos hippies que surgiriam anos depois, influenciando também vários movimentos posteriores e, conseqüentemente, a subcultura gótica/darkwave.

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