Hilight Tribe revela os segredos do natural trance

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Após fazer sucesso no festival Universo Paralello #9, o Hilight Tribe sai em turnê pelo mundo para espalhar uma mensagem de amor com seu "trance natural"
Flavinha Campos
O chamado natural trance é uma vertente da música que une a cultura trance moderna aos sons étnicos milenares. Os cinco músicos e o engenheiro de som do Hilight Tribe são militantes desse movimento, adotado por poucos produtores na cena mundial, mas que, com sua originalidade, conquista fãs por onde passa.
Ao vivo, o sexteto francês combina instrumentos ancestrais como digeridoo, djembe e congas, com aparatos comuns, como guitarra, bateria e baixo, e também efeitos eletrônicos, operados pelo mestre da mesa de som Mathias.
Todos os integrantes - Seb (percussão e bateria), Greg (guitarra, baixo, vocais, didgeridoo, sitara, berimbau e outros), Risshnu (baixo, dun dun e vocais), Roots (conga, bongos, flauta e outros), Ludo (djembe, bougabou, tablas e outros), Mathias (mago dos efeitos) - tiram inspiração das culturas regionais dos lugares que visitam para compor suas músicas e apresentações, recheadas de psicoldelia e insights étnicos e xamanistas.
Recentemente, o Hilight Tribe lançou seu sexto álbum, Trancelucid, mudou-se de Paris para Ibiza e continua em turnê pelo mundo. Conversamos com Greg e Ludo após o primeiro contato no festival Universo Paralello #9, e ficamos sabendo mais sobre essa banda que concilia elementos da tecnologia com instrumentos tribais.
Como foi que todos vocês se conheceram? Como foi que o Hilight Tribe começou?Nós todos nos conhecemos nos subúrbios de Paris, no início dos anos 90. Éramos apenas um bando de amigos que tocavam em duas bandas diferentes. Lá pela metade da década, resolvemos unir forças de duas bandas em uma, e assim surgiu o Hilight Tribe. No início, o produtor Kosmic Hoboes nos levou para Ibiza, para um lugar com boas vibrações, onde produzimos nossos dois primeiros álbuns.
Explique melhor como funciona o Natural Trance, como ele se diferencia do psy tradicional?O Natural Trance é uma forma de techno em que os sons emanam de instrumentos acústicos e elétricos. Esse estilo de trance é completamente instrumental, apesar de usar muitos efeitos eletrônicos que se mesclam com sons regionais. Os instrumentos elétricos tradicionais - guitarra, baixo, bateria - combinam-se a outros, étnicos, vindos de diferentes culturas - como didgeridoo, congas e djembe. Todos eles são tocados no espírito do psy trance.
Como funciona o live de vocês? Vocês tocam tudo ao vivo certinho ou rola uma improvisação? E no estúdio, como funciona a gravação?No estúdio, gravamos cada instrumento seguindo um line-up e depois eles são editados e rearranjados no computador. Já em nossas apresentações live, tocamos o máximo possível dentro do line pré-determinado para cada faixa. Tudo isso é fruto de muito ensaio, mas sempre rola um espaço para a improvisação de cada músico.
E aí Greg, vocês estão se mudando para Ibiza? Como é que a tribo vai ficar agora?Sim, após lançar nosso sexto álbum, sentimos que era o momento certo para voltar a Ibiza, onde buscamos nossas primeiras inspirações durante as gravações dos dois primeiros trabalhos. Toda essa vibe e os artistas locais vão nos motivar ainda mais na criação de novo material.
Como foi vir para o Brasil? E tocar no Universo Paralello?Nos últimos dez anos, os locais onde o psy trance bomba mudaram um pouco. Hoje, o Brasil substituiu outros países em termos de festas e acontecimentos, e reúne uma massa decisiva de pessoas querendo dançar, celebrar e compartilhar a vibe e o meio ambiente mágico. Depois de passar dois anos trabalhando no Trancelucid, sentimos que foi muito importante espalhar a mensagem do natural trance no festival mais prestigioso do trance brasileiro. Desta vez, viemos apenas eu e Ludo, mas não vemos a hora de trazer toda a banda, todos os cinco integrantes e o engenheiro de som. Assim, poderíamos criar uma conexão explosiva, de êxtase, com o público brasileiro.
Vocês realizam rituais xamânicos. Conte, como são essas cerimônias?São cerimônias mágicas que eu e Greg frequentamos, em lugares mágicos, em momentos propícios e com pessoas especiais. Eu toco um ritmo simples no djembe e a batida nunca para, até o fim do ritual, incitando ao transe. Tais cerimônias já nos inspiraram na composição de uma série de canções, as quais foram rearranjadas e gravadas em nossos discos. Eles dizem que a natureza é o nosso templo... E é verdade! Seja no deserto do Sahara, no Japão ou no Himalaia, nós todos nos unimos e tocamos as batidas xamânicas e recitamos cantos sagrados. A hora e local das cerimônias são informações secretas, e só são reveladas no último instante. Para ajudar a entrar em um estado de consciência alterado, no qual nos conectamos com os elementos da natureza, tomamos uma poção mágica preparada pelo xamã.
Qual foi o show mais especial e transcendental que vocês fizeram?Uma das apresentações mais transcendentais da tribo aconteceu em 2006, no palco principal e no Sacred Fire do Boom Festival de Portugal. Mas, também, jamais esqueceremos nossa experiência super especial no Universo Paralello!
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www.hilight-tribe.com

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